sábado, 20 de outubro de 2007

O meu método de Criação:

Bem na realidade que a reprodução do peixe betta é bastante fácil de conseguir, e não venho escrever nenhuma novidade ou descoberta alguma, Por isso basta apenas seguir certos passos bases e conseguimos aquilo que queremos. Mas na realidade e do meu ponto de vista o que procura qualquer criador e amante de este maravilhoso peixe é manter ou se possível melhorar a linhagem, utilizando apenas peixes com um bom perfil, tanto na cor como na forma do corpo e barbatanas.
Por isso vou tentar resumir em poucos passos o que influenciam em muito a reprodução de um casal de bettas e de preferência já adulto com um mínimo de seis meses e previamente escolhido por nós para o acasalamento.

1. O primeiro passo é a colocação do casal em aquários separado e que não consigam ver nenhum outro betta por perto isto aplica-se tanto para o macho como para a fêmea. O macho será colocado em um com umas medidas em media de 40X20X20 (20LT. isto é já o suficiente) com um máximo de dez centímetros de altura de água, em relação a fêmea um aquário com dois litros também é o suficiente para a preparação. Durante um período de aproximadamente cinco a dez dias vão ter uma alimentação mais que tudo a base de proteínas vivas, (larvas de mosquito, artemia e pulga de agua) alternando com alguma receita caseira de mistura com coração de vaca e vitaminas. Com esta alimentação vamos fazer com que o macho fique com bastante resistência para poder cortejar a fêmea, acasalar, cuidar dos ovos e por fim e bastante cansativo o pegar com a boca nos pequenos bettas que vão começando a soltar-se do ninho em direcção ao fundo e voltar a superfície para os soprar contra as pequenas bolhas de ar. E a fêmea vai conseguir nestes dias produzir bastantes ovos, ficando com o abdómen bastante dilatado e o tubo ovipositor sobressalente, que indica estar pronta para a desova.
2. Após este processo, e o aquário do macho previamente preparado com um esconderijo para a fêmea, um suporte para o ninho, eu utilizo um pedaço de esferovite côncavo não muito grande (5X5 é suficiente), Também podemos utilizar um folha de almendroeira da india como suporte para o ninho já que esta ajuda na estimulação ao macho na construção do ninho, como antibacteriano e deixa a agua um pouco mais macia, é também colocado um tubo de vidro no lado oposto do ninho para a deixar a fêmea antes do acasalamento em segurança durante um ou dios dias. Temperatura entre os 27º/28º. Os futuros papás bem alimentados, pois esta na altura de os juntar.
3. Colocamos a fêmea dentro do tubo de vidro, eu coloco-a por volta das 11 horas, e observamos a reacção do macho, em principio vai ficar bastante marado e com aberturas constantes para mostrar a sua beleza e vigor, isto deixo acontecer ate o fim do dia, só no dia seguinte e após ver se o macho aumentou o volume do ninho, e a fêmea apresenta as riscas características de aceitação mostrando sinais de querer seguir o macho é em esse momento que liberto-a, levantando suavemente o vidro que os divide para assim não danificar com alguma vibração o ninho do macho.
4. Durante algum tempo o macho vai dançar, bater e voltar a bater nela, dando curtas viagens do ninho em direcção a fêmea e vice-versa, isto vai acontecer N vezes ate a fêmea tomar uma posição de submissão perante ele e ir-se colocar por baixo do ninho, a partir de esse momento deixamos correr a casais que demoram pouco tempo para desovar outros poderá levar umas boas horas depende da quantidade de ovos que a fêmea tem e consegue expulsar durante o acto por isso não vamos ficar impacientes e deixar rolar………..ver e deixar………. Ate que chega um momento em que vai deixar de haver postura por parte dela o macho ao se aperceber de isto vai bater nela ate fazer com que ela desapareça é em este momento que temos que retira-la caso não a queiramos perder porque pode o macho ate a matar isto também depende da agressividade do mesmo, por isso, prevenimos e a retiramos.
5. Eu pessoalmente durante a altura do “choco” do macho não desligo a luz do aquário nem dou qualquer tipo de alimentação, ajudando de esta maneira a não perder o instinto paternal. Após o nascimento dos pequenos alevins de bettas e quando alguns deles já começam a nadar na horizontal é que retiro o macho e coloco dentro do aquário dos alevins uma pedra difusora para movimentar só um bocado a agua assim começar a obriga-los a nadar, fortalecendo desta maneira as barbatanas, e já a partir de este momento desligo a luz a noite.
6. Enquanto eles estiverem na vertical e pendurados no ninho não temos que preocuparmos com a alimentação já que esta é fornecida pelo saco vitelino, só quando começam a nadar na horizontal e já sem o fornecimento de alimento proveniente do saco é que começamos por dar alimentos líquidos, podendo assim dar infusorios previamente preparados, com uma casca de banana madura colocada dentro de um recipiente e com alguma luz solar diária passados alguns dias essa agua começa a ficar com uma tonalidade verde acastanhado, ou um preparo industrial no meu caso utilizo o (Nobilfluid da JBL) e tenho tido bons resultados, em relação aos infusorios tenho um bocado de receio já que podem conter algum agente exterior que contamine, e que chegue a causar doenças aos pequenos bettas que possam ate acabar com eles.
7. Durante cinco a dez dias vamos alimenta-los só com alimentos líquidos. Depois passados estes primeiros dias e logo a seguir o quinto, esta na altura de introduzir comida viva, cisto de artemia recém eclodida, é uns dos alimentos que prefiro, eu gosto de dar aos meus porque contem bastantes proteínas e gordura que ajudam no crescimento rápido e saudável. Com isto e algumas trocas de água de duas vezes semanal quanto mais melhor aumentando desta maneira o nível de água, também continuo a dar alimentação liquida ate ao decimo dia já que existe os menos desenvolvidos e por norma mais pequenos que precisam mais de cinco dias para uma alimentação baseada em proteína animal. Seguindo com alguma precisão estes passos vamos começar a notar em pouco tempo com que velocidade crescem. A que ter em atenção por volta do vigésimo dias de nascidos manter a temperatura do ar acima da superfície constante e quente basta manter o aquário o maior tempo possível tapado formando assim tipo um efeito estufa, já que é nessa altura que os pequenitos começam a formar os labirintos com que faz que o betta respire o mesmo ar que nos e com que consiga sobreviver facilmente em aguas pouca oxigenadas.
8. Passado umas quatro semanas do nascimento dos pequeninos vamos notar que alguns deles têm o dobro do tamanho dos manos, tornando-se assim os mais pequenos presas fáceis, é quando começo a separar os maiores para um outro aquário, evitando de esta forma a existência de uma selecção natural causada pelo instinto predador entre eles. A alimentação começa a ficar mais balanceada, alternando a artemia recém eclodida e também adulta, com uma mistura caseira a base de proteína animal (coração de vaca) bem moída.
9. É a partir de este momento quando aumenta a agressividade entre eles e que começamos a distinguir alguns machos mais desenvolvidos e começamos a separar em recipientes individuais, fazendo assim com que o betta não fique com alguma marca nas barbatanas e fiquem com marcas para o resto da vida, devido a estas pequenas lutas que realizam, para ver quem é o mais dominante entre eles.
10. Por fim e após isto tudo começamos a nos preocupar com a qualidade da agua dos pequenos recipiente que têm os bettas já que lá por terem labirintos para oxigenar o sangue não que dizer que consigam viver em aguas sujas ou poluídas. Concluindo quanto mais mudas de aguas e uma alimentação variada o peixe tenha iremos ter mais e melhores resultados, tanto na qualidade como na quantidade.

Por isso quando consigo chegar ao momento da separação dos machos sejam eles poucos ou muitos sinto-me bastante contente e satisfeito em ver que de aqueles minúsculos ovinhos, consegui obter lindos exemplares bastante cheios de força e vigor.
Acho que com estas pequenas dicas ficam com mais alguma informação, seja ela pouca, e algum a vontade para tentar reproduzir os teus bettas.

Martinho Nóbrega Brazão.